Até este momento, a sustentação feita pela defesa de Bolsonaro era de que ele não sabia de nada.
Além de Bolsonaro, outras 36 pessoas foram indiciadas.
Por isso, esse dia é um dia particularmente crucial na história das investigações que têm Bolsonaro como ou investigado ou beneficiário direto. O sigilo do relatório final deve ser levantado na semana e vai revelar quais são os crimes que, segundo a PF, Bolsonaro cometeu e quais são as implicações contra ele.
Por colocar Bolsonaro no centro da trama da tentativa de golpe, esse inquérito é o mais problemático pois, curiosamente, durante a gestão dele, foi aprovado – e sancionado por ele mesmo – um ajuste na lei de tentativa de golpe de estado em que o texto é muito claro: não precisa lograr um golpe, basta tentar, e isso por si só é crime.
Até este momento, a sustentação feita pela defesa de Bolsonaro era de que ele não sabia de nada. Mas a PF afirma que tem vastas provas:
- duas reuniões do então presidente da República com o comando das três forças armadas;
- um documento do estado de sítio que foi aprendido pela polícia na sede do PL;
- trocas de mensagens do ex-ajudante de ordens Mauro Cid fazendo referência a Bolsonaro, de que ele faria ajustes no decreto do golpe;
- documento com plano de matar Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes impresso dentro no Palácio do Planalto.
A história vai ficando muito difícil de Bolsonaro conseguir se desviar das acusações. Pode-se dizer que não tem uma prova cabal no caso da falsificação da carteira de vacinação do ex-presidente. No caso das joias da Arábia Saudita, é mais complicado dizer que ele não era o beneficiário direto. Não faria sentido o Cid ter feito uma operação de venda e depois de recompra e Bolsonaro não ter nada a ver com o caso.
Bolsonaro nunca escondeu a queda pelo golpismo. É assim há 30 anos em suas declarações, que sustentaram o imaginário de que ele era a parte mais interessada em tudo. E ele presidente não se desprendeu de quem ele é.
A PF diz ter preenchido todos os pontos em branco, colocando Bolsonaro como um articulador do golpe e não um beneficiário passivo de uma tentativa de ruptura do estado democrático de direito.
Bolsonaro não parece estar muito preocupado. Ele está pescando em Alagoas com Gilson Machado, que foi ministro do Turismo.
Fonte: g1 e outros sites
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