Antes de morrer o animal mordeu a veterinária e mais três pessoas
Um felino foi diagnosticado com raiva no último domingo (27/02), pelo Laboratório de Análise e Diagnóstico Veterinário (LABVET) Agrodefesa, laboratório de referência para o diagnóstico de raiva no município de Goiânia, em Goiás. A amostra deu entrada no laboratório da Agrodefesa, por meio da Unidade de Vigilância em Zoonoses de Goiânia, órgão responsável pela vigilância de raiva em cães, gatos e animais silvestres no município.
O felino diagnosticado, havia sido resgatado das ruas do Setor Mansões do Campus, região Norte de Goiânia, por uma família e encaminhado para uma clínica veterinária para atendimento. Antes de vir a óbito, o animal agrediu quatro pessoas, sendo: a veterinária que o atendeu e três membros da família que o resgatou. Segundo a Secretaria Estadual de Saúde, todas as pessoas agredidas estão bem, realizando a profilaxia completa pós-exposição e sendo criteriosamente acompanhados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica do Município.
O Presidente do CRMV-GO e gerente do LABVET, médico-veterinário Rafael Vieira, alerta sobre a importância da vacinação, tanto em animais de estimação, como em animais de produção, pois a vacinação é a melhor forma de controle da doença. “A raiva apresenta letalidade de aproximadamente 100% daqueles que adoecem, portanto, a vacinação é essencial para aquisição de imunidade e proteção dos animais e humanos”.
Anualmente, são realizadas campanhas de vacinação nos municípios, coordenadas pelas Secretarias Municipais de Saúde, para imunização de cães e gatos. “Goiânia, por exemplo, anunciou a meta de vacinar cerca de 180 mil animais em 2021, para proteger contra a raiva animal e, consequentemente, contra a raiva humana”, disse o médico-veterinário.
O Conselho encaminhou um ofício para a Secretária Estadual de Saúde, solicitando a disponibilidade de vacinas antirrábicas pré-exposição aos médicos-veterinários, expostos ao risco de contaminação da raiva.
A raiva é uma doença transmitida ao homem, através da inoculação do vírus presente na saliva e secreções do animal infectado, por meio da mordedura, lambedura e arranhadura.
Segundo Rafael Vieira, a partir da amostra do felino diagnosticado com raiva, serão realizados novos exames no Instituto Pasteur, de São Paulo, a fim de identificar a variante do vírus rábico e comprovar se realmente o vírus teve origem em morcegos. Segundo o coordenador do Programa Estadual de Controle da Raiva dos Herbívoros, da Gerência de Sanidade Animal da Agrodefesa, o médico-veterinário, Fernando Bosso, apenas no ano de 2021, quase 18 milhões de herbívoros receberam a vacina contra raiva.
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