Mãe de crianças gêmeas registra ocorrência contra coordenadora por comportamento agressivo e abuso de autoridade. Caso vem à tona após anos de silêncio por medo de represália
Em Trindade, uma série de denúncias graves vem abalando a comunidade escolar do CMEI Ana Custódia, localizado no setor Vila Augusta. Uma mãe, anteriormente funcionária da instituição, tomou a decisão de registrar uma ocorrência na delegacia local contra Maria Luiza, coordenadora do CMEI, acusando-a de maus-tratos contra suas filhas gêmeas, Ana Júlia e Ana Clara, e de abuso de autoridade contra funcionários.
Segundo relatos, o último incidente ocorreu em setembro de 2023, mas a mãe hesitou em procurar as autoridades anteriormente devido ao seu vínculo empregatício com o CMEI. A “gota d’água” veio quando, após pedir exoneração devido à impossibilidade de conciliar o trabalho sob a gestão da diretora, a mãe decidiu vir a público com as acusações.
Entre as alegações, consta que Maria Luiza teria adotado práticas disciplinares extremamente rigorosas e inapropriadas, como puxar as orelhas das crianças, obrigá-las a ficar com os braços abertos contra a parede e gritar tanto com as crianças quanto com os funcionários. Em um episódio particularmente perturbador, a coordenadora é acusada de usar uma mangueira para bater na perna de Ana Júlia, e em outro, de bater nas costas de Ana Clara com uma sandália.
“O ano passado de 2023 minhas filhas estudavam lá no Cmei onde eu trabalhava. Um dos fatos foi ela ter batido em uma das minhas filhas de mangueira no mês de agosto. E outro fato que aconteceu foi no mês de setembro, onde eu mesma estava arrumando o cabela dela no horário de serviço e uma professora levou a Ana Clara, minha menina, pra sala dela que estava fazendo arte, ela colocou minha filha na parede, enquanto eu arrumava o cabelo dela e ela arrancou o chinelo dos pés e tacou na minha filha na minha frente” relatou a mãe das gêmeas supostamente agredidas.
Além dos maus-tratos físicos, a denúncia inclui acusações de abuso de autoridade, como recusa em aceitar atestados médicos e obrigar funcionários a realizar tarefas pessoais em horário de serviço.
A tia das crianças também se manifestou, confirmando que havia denunciado o comportamento da diretora ao conselho tutelar no ano passado. O conselho, por sua vez, informou que está investigando as alegações.
Este caso levanta sérias questões sobre a conduta e as práticas administrativas no CMEI Ana Custódia, além de destacar a importância de mecanismos de proteção e denúncia eficazes em ambientes educacionais. A comunidade de Trindade aguarda ansiosamente por respostas e medidas cabíveis para assegurar a segurança e o bem-estar de suas crianças e funcionários.
Nota da prefeitura
Diante da denúncia apresentada sobre a suposta agressão de um aluno da rede municipal, a Secretaria de Educação iniciou um processo de apuração no âmbito administrativo e tomará todas as medidas legais que se fizerem necessárias, caso vierem a ser confirmados os fatos.
Ressaltamos que a denunciante é uma ex-servidora comissionada do município, que solicitou o desligamento do quadro municipal e posteriormente buscou cancelar o pedido.
Ao ser informada de que não havia possibilidade de fazê-lo, com o preenchimento da vaga por outro servidor, a mesma demonstrou comportamento inadequado, iniciando uma série de ataques à unidade de ensino. A gestão da referida unidade sempre foi bem avaliada, tanto no aspecto pedagógico quanto nas relações entre servidores, alunos e familiares.
Esta gestão tem realizado significativos investimentos na educação, pois acredita que somente dessa forma poderemos preparar adequadamente a comunidade para os desafios do futuro.
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